O Sistema Stanislávski é a mais potente referência para atores, diretores e escolas de teatro do mundo inteiro. O teatro russo tornou-se uma espécie de meca para a arte teatral moderna. Desde os tempos das primeiras e arrebatadoras turnês internacionais do TAM (Teatro de Arte de Moscou), que consagraram o Sistema no exterior, até os dias atuais, um crescente número de pesquisadores teatrais vem desenvolvendo o Sistema no seu trabalho de pesquisa e preparação de atores. Da American Laboratory Theather (EUA), que se tornou uma das mais importantes escolas de arte dramática, a Actors Studio em Nova Yorque, as mais importantes de Londres, Paris e grandes capitais do mundo, todas têm como base os princípios do Sistema.

No entanto, muitos são os seus equívocos de interpretação no Brasil, e em grande parte isso se deve às traduções norte-americanas difundidas entre nós. Então: Por que o Sistema?

Em primeiro lugar, o Sistema apresenta-se como um treinamento para atores que independe de uma estética concebida enquanto obra artística. Ele é composto por uma série de elementos que funcionam como ferramentas para a leitura de um material dramatúrgico. Como Stanislávski costuma dizer, o Sistema configura-se como uma “gramática do ator”, que lhe proporciona um aprendizado para a interpretação de uma peça ou personagem. O Sistema tem por qualidade provocar uma contínua busca do ator.

Outro ponto a ser destacado é que, por meio dos elementos do Sistema, Stanislávski situa o teatro no campo da ação. Valorizando o caráter prático e improvisacional dos estudos cênicos, o Sistema fornece condições para uma criação espontânea e autêntica, que não se ancora no mimetismo de modelos de atuação ou na reprodução de clichês.

Além de provocar a imaginação e estimular a descoberta de novas potencialidades, o Sistema funciona como um guia essencial para o ator, que viabiliza a autonomia de seu aprendizado enquanto formação. Mas o que parece chamar mais a atenção é a simplicidade com que Stanislávski trata de temas complexos, como uma de suas definições para o oficio do ator: “dar vida ao espírito humano”.

Por isso, o Sistema apresenta-se como o mais potente método de preparação de atores, o que constatamos dia a dia na experiência com renomados diretores e escolas internacionais. Isto reafirma a nossa continuidade com a pesquisa sobre os seus elementos.

Stanislávski Entra em Cena no Macunaíma

O Macunaíma foi a primeira escola no Brasil a adotar oficialmente o Sistema. E ainda hoje, é uma das únicas. Desde a Perestroika, buscamos aprofundar o conhecimento no Sistema junto com o corpo docente.

Anos de reuniões e incontáveis horas de estudo e pesquisa com renomados discípulos da linhagem de Stanislávski, em diferentes períodos, fazem parte de nossa história. Ao longo das últimas quatro décadas, foram convidados para partilhar seus conhecimentos no Macu: Carlos Tamanine (Diretor Americano), David Herman (Diretor Inglês), Adgur Kove (Diretor Russo) e, mais recentemente, já tivemos acordo para enviar professores e alunos ao GITIS (Russian University of Theatre Arts). Também o professor Serguey Zemtsov do Moscow Art Theatre já esteve conosco por duas temporadas, além de Jurij Alchitz, diretor do AKT-ZENT de Berlim, e Alejandro Gonzales, professor da Universidade do Valle na Colômbia, que vieram compartilhar seus conhecimentos conosco. E mais recentemente, o Macunaíma se torna parceiro oficial do The Stanislavski Centre no Brasil. Post neste blog – Macunaíma Parceiro Oficial no Brasil do The Stanislavski Centre.

A liberdade de expressão e a proposta do autoconhecimento, princípios que orientaram a criação do Macu em 1974, foram mantidas e seguem vivas até hoje, aliadas à pedagogia construtivista e a incessante pesquisa do Sistema. Mais de 30 anos depois, o Macunaíma é hoje referência no Brasil como um centro de estudo do Sistema Stanislávski.

3 Comentários

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  1. William Teles

    Já fui de duas trupes de teatro, gostaria de entrar para de vocês.

  2. Caramba…não sabia,quero conhecer vcs! Como faço?