A célebre pergunta que se dirige aos atores para a construção do objetivo na ação concreta:

O QUE EU (ATOR) FARIA SE FOSSE O PERSONAGEM NESTAS CIRCUNSTÂNCIAS?

O artigo escrito pelo ator e diretor Nissim Castiel (In Memoriam) no Caderno de Registro 2 – “Estudos Sobre o Ator”, nos conduzem por importantes caminhos de reflexão sobre o trabalho do ator no Sistema de Stanislávski e principalmente nos abre, de maneira simples e com exemplos práticos, para pensar princípios da ação concreta na vida, na arte teatral e na pedagogia.

Logo de início somos desafiados a pensar na seguinte questão: São as características do personagem que determinam seu comportamento ou sua personalidade se revela pelas ações que prática?

Durante toda a trajetória do artigo, o ator e o personagem são colocados em um jogo de perguntas: o que eu quero – o que o personagem quer? O mudou em mim – o que mudo no personagem? Qual a minha ação? Qual a ação do personagem? O que está acontecendo comigo – o que está acontecendo com o personagem? […]

Um longo e talvez infindável mar de provocações no qual o ator precisa navegar para descobrir as ações concretas e autenticas que farão da construção do personagem um trabalho original, de identidade forte e marcante.

Aqui o ator é o foco de atenção no trabalho de criação do espetáculo. É a partir das descobertas do ator que tudo acontece! Vejam que estamos dizendo: das descobertas do ator, e não da vontade do diretor. Neste processo de descobertas o ator é retirado da condição de cumpridor de tarefas pré-estabelecidas e descobre a liberdade de criar a partir de si e da obra que está pesquisando.

O que há de mais belo aqui é o estudo do ator, do artista de teatro. Então ele se apresenta como o verdadeiro criador do espetáculo! Ele, o ator, é pesquisador e objeto de pesquisa ao mesmo tempo. Ele, o ator, descobre a si mesmo como ser humano e também descobre o personagem.  

É sempre um processo mútuo que se dá na experiência viva, na prática da análise ativa: “o artístico emprestando expressividade prática e o pedagógico trazendo conceitos humanistas, que o teatro sempre teve, mas de que está carente, nestes momentos de extrema valorização individualista.”

Para descobrir mais camadas desse curioso e instigante caminho de criação, conheça o artigo na íntegra.

 

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