No dia 11 de junho, foi oficialmente lançada a mais recente publicação do CLAPS: O Último Stanislávski em Ação, de Diego Moschkovich.

A ocasião foi comemorada por um evento mais do que especial, realizado agora de forma remota, o Chá com Stanislávski.  Este encontro contou com a presença do autor, que falou da pesquisa que deu origem ao livro e respondeu às perguntas dos participantes. 

O MAIS RECENTE LANÇAMENTO DO CLAPS:“O ÚLTIMO STANISLÁVSKI EM AÇÃO”, DE DIEGO MOSCHKOVICH.

Diego Moschkovich

A princípio, o autor de O Último Stanislávski em Ação, Diego Moschkovich, é diretor de teatro, pedagogo teatral e tradutor. Seu livro é resultado de uma pesquisa de mestrado, realizada junto à Universidade de São Paulo (USP) com auxílio da FAPESP e defendida em 2019. Em razão, ao estudo das heranças históricas de Stanislávski, atualmente desenvolve seu doutorado na mesma universidade.

Além disso, também graduado pela Academia de Artes Cênicas de São Petersburgo (LGITMIK), onde foi orientado por Serguei Tcherkásski. Como tradutor, fez parte da publicação das obras:  Stanislávki Ensaia, de Vassíli Toporkov (É Realizações, 2016), Análise-Ação, de Maria Knebel (Editora 34, 2016), entre outras. Já do ponto de vista da prática pedagógica, ele coordena o Laboratório de Técnica Dramática do Núcleo Experimental de Artes Cênicas do SESI-SP.

O Último Stanislávski em Ação

Assim em O Último Stanislávski em Ação, Diego Moschkovich chama a atenção para o trabalho do Estúdio de Ópera e Arte Dramática. Em funcionamento de 1935 a 1938, este foi o derradeiro espaço criado por Stanislávski com o fim de ensinar a arte da atuação. Vindo a falecer em 1938, o mestre russo dedicaria posteriormente os anos finais de sua vida ao que sempre o motivou: a investigação artístico-pedagógica.

Dessa maneira, Diego Moschkovich examina as próprias aulas taquigrafadas de Stanislávski. Depois de 1928, quando começou a ter problemas de saúde, Stanislávski passou a contar com colaboradores que documentavam suas lições por meio da estenografia. Estes registros foram encontrados nos Arquivos do Teatro de Arte de Moscou, um dos principais acervos para obtenção de materiais que compõem o livro.

O “novo método” de ensaios

Assim, o autor analisa dezesseis estenogramas inéditos. E, por meio deles, evidencia algumas práticas pedagógicas de treinamento do ator propostas por Stanislávski entre maio e dezembro de 1935. Diego Moschkovich também destaca as experiências do mestre russo para a criação do “novo método” de ensaios. Método elaborado por Stanislavski no final de sua vida e ainda pouco conhecido no Brasil.

Segundo Elena Vássina, orientadora do autor: “Naquilo que Stanislávski chama de ‘novo método’ ele tenta eliminar […] toda a ‘violência’ do diretor sobre o ator.” Ao que ela acrescenta: “O ‘novo método’ visa o desenvolvimento da personalidade artística do discípulo/ator-criador à base de sua independência.” Independência que se manifesta por meio da criação de études e improvisações, com foco na descoberta do próprio ator no papel e vice-versa.

Uma obra essencial

Da documentação e análise empreendidas por Diego Moschkovich, ainda faz parte a apresentação da conjuntura em que fora criado o Estúdio de Ópera e Arte Dramática. Ou seja, o contexto histórico da União Soviética da década de 1930 e, mais especificamente, de Moscou. Já sobre o “novo método” de ensaios, o autor não deixa de abordar algumas das polêmicas que o envolveram após da morte de Stanislávski, em 1938.

Acima de tudo, O Último Stanislávski em Ação faz parte de um esforço de análise de fontes primárias de pesquisa sobre o trabalho do mestre russo. Assim como se soma ao importante empenho de tradução direta do russo para o português dos escritos de Stanislávski. Por isso, esta é uma obra essencial para os estudos teatrais, que não pode deixar de fazer parte da leitura de atores, diretores e estudantes de teatro.

Não deixe de conferir! E boa leitura!

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